A LINGUAGEM NEUTRA

Se você já ouviu falar sobre a tal Linguagem Neutra, uma pergunta te surgiu imediatamente: – De onde saiu esta loucura?

Isso é comum ocorrer com pessoas que ainda não foram contaminadas pelo vírus da religião progressista, wokista, lgbtista, queer ou qualquer outra coisa semelhante a estas que se manifestam em uma profunda indignação, na maioria das vezes descabida, contra a ordem natural das coisas.

Para os militantes desta causa, os pronomes possessivos ele, ela, dele e dela, por exemplo, estão carregados do que chama de heteronormatividade, ou seja, uma espécie de imposição do masculino e do feminino sobre outras possibilidades de gênero que alguém pode escolher possuir.

É como se uma mulher trans (homem que “transicionou” ou está “transicionando” para um corpo feminino)  não se sentisse representada pela maneira como estão dispostos os pronomes na norma culta do nosso idioma.

Não querem ser chamados pelo pronome pessoal ele, porque não são mais homens, mas não se contentam em serem chamados de ela, porque o pronome pessoal ela representa a opressão do idioma que foi criado por homens brancos, heterossexuais e, consequentemente, opressores. 

Eu me lembro que fui um jovem muito complicado. Sempre tive inclinação para excessos e sempre muito intenso em tudo. Não me contentava em gostar de um estilo musical, eu tinha que me vestir como aquela tribo se vestia. 

Por conta dos excessos, me tornei desobediente e baladeiro. Isso me colocava em rota de colisão com meus pais que, no afã de tentar domesticar aquele animal irracional, me diziam que eu era “rebelde sem causa”.

De tudo que eles me chamavam, isso era o que mais me afetava, me deixava inquieto e me perturbava. Não pelo fato de ser “rebelde”, mas pelo fato de ser “sem causa”. 

No meu entender, o que estava escondido por trás daquelas palavras  ao pensar que toda minha rebeldia não passava de uma molecagem idiota e sem sentido.

Hoje, quando penso nisso, vejo que tudo aquilo era razoável para um moleque adolescente que estava longe de entender que a vida já é difícil demais para criarmos ainda mais dificuldades. Só de lembrar deste tempo já fico envergonhado com tanta estupidez.

Se os propagadores da tentativa de transformar os pronomes pessoais em pronomes neutros, fossem somente adolescentes mimados e estúpidos, confesso que os entenderia, porque chegaria a natural conclusão de que, com a maturidade, viria o entendimento de que isto é tão estúpido que não pode ocupar a mente de pessoas adultas e no pleno gozo de suas faculdades mentais.

A dura constatação da realidade se impõe e descobrimos que o movimento progressista, aliado a outros movimentos, todos de esquerda e extrema-esquerda, encampam a tentativa de impor à sociedade uma espécie de “novilíngua”, nos moldes imaginados por George Orwell em seu clássico livro 1984. Esse cara foi profético!

Um novo jeito de falar, um novo termo para significar a mesma coisa com o único objetivo de descaracterizar o entendimento de determinada palavra. 

Mudar o significado de uma palavra implica mudar o que ela quer dizer e, inevitavelmente, determinar  o comportamento. 

Muitos não entendem esta guerra semântica travada. Parece que estamos fazendo questão de bobeira, de besteira, mas não! O que está em jogo não são só palavras, mas as reações comportamentais que elas geram. 

Se eu te digo, obrigado!, você sorrirá e responderá: – De nada!

Se te digo: Idiota!, Você se irrita, o coração dispara, os músculos se contraem, você fecha a cara e reponde: – Idiota é você! Seu otário! (Escrevi estas palavras para não escrever os “elogios” que ouviríamos, quando não, voltaríamos para casa com o olho roxo.

Veja que o significado de cada palavra influencia as reações automáticas do nosso corpo e nos forçam a um tipo de comportamento.

Esse é o jogo! Essa é a estratégia! Essa é guerra! Uma guerra travada pelas mentes e corações que se perfaz em pequenos detalhes da vida cotidiana que nos movem lenta e constantemente de um lado para o outro, como um barco boiando na superfície do mar sendo levado pelas ondas e correntezas. 

Neste exemplo, ondas são os movimentos e questões sociais mais visíveis e perceptíveis que sacolejam o barco e que assustam. Porém, as mais perigosas são as correntes existentes abaixo da superfície da água que nos empurram ou puxam sorrateiramente para longe da praia e nos tiram do lugar da nossa segurança.

Não há nada que impeça que a língua utilizada em um país sofra atualizações e ajustes inerentes ao seu tempo, contudo, o que vemos hoje é uma força impositiva fortíssima que procura modificar “de cima para baixo”. 

Isto significa que esta vontade não parte da sociedade como um todo, mas de grupos ativistas que atendem a agendas supranacionais com propósitos obscuros e visam a criação de um ambiente caótico, seja para que alguns ganhem dinheiro ou poder político..

Ainda nesta semana, foi discutida no STF a constitucionalidade de decisões parlamentares municipais que proibiam a utilização deste tipo de linguagem em escolas públicas e particulares, como nos casos do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. 

No entendimento do Ministro André Mendonça, acompanhado pela maioria de seus pares, divergindo somente os Ministros Zanin e Nunes Marques, derrubaram as legislações municipais que criavam barreiras para estas excrescências sob a alegação de que esta pauta deveria ser discutida pelas casas legislativas em âmbito Federal. Bom seria se este fosse o entendimento do STF sempre que se tratar de matéria exclusiva do Legislativo, só que não!

A estratégia desses grupos sempre vai na mesma direção e você precisa entender:

Na teoria, querem construir uma sociedade de iguais. Sem desigualdade social, sem definições rígidas de sexo, sem diferença de raça, sem divergentes, sem classes sociais sem tudo que eles não querem que exista: Você, por exemplo.

O disfarce dos operadores destas agendas é nos fazer crer que este movimento é espontâneo e que surge no seio da sociedade. Segundo Isaac Newton, em sua segunda lei da física, tudo que não se mexe, tende a ficar como está. Não se deixe enganar, a tentativa de desconstruir pronomes pessoais foi engendrada por pensadores para alcançarem um objetivo.

Nestes dias estranhos que, triste digo isso, já perdemos muito espaço para esta agenda destruidora da família, da igreja e da moral conservadora, vemos uma forte ofensiva contra nosso idioma. 

Prefiro resistir ao invés de fingir que não está acontecendo, isso porque, não poderemos fingir que as consequências não chegarão, mas, quando chegarem, não seremos capazes de nos lembrar os motivos que levaram nossos filhos e não saberem exatamente que são, incapazes de se auto definir segundo sua sexualidade natural, que se impõe e da qual, por mais que tentem muito com mentiras deslavadas, não podemos fugir!

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